06 julho 2014

Meu jugo é suave e o meu fardo é leve



O Papa Francisco, em sua mensagem para o dia mundial das missões, a ser celebrada no dia 19 de outubro de 2014, nos propõe uma reflexão e faz um convite a ação. Confira um trecho de sua mensagem:
"O Pai é a fonte da alegria. O Filho é a sua manifestação, e o Espírito Santo o animador. Imediatamente depois de ter louvado o Pai – como diz o evangelista Mateus – Jesus convida-nos: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11, 28-30). «A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 1). 
De tal encontro com Jesus, a Virgem Maria teve uma experiência totalmente singular e tornou-se «causa nostrae laetitiae». Os discípulos, por sua vez, receberam a chamada para estar com Jesus e ser enviados por Ele a evangelizar (cf. Mc 3, 14), e, feito isso, sentem-se repletos de alegria. Porque não entramos também nós nesta torrente de alegria?
4. «O grande risco do mundo actual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 2). Por isso, a humanidade tem grande necessidade de dessedentar-se na salvação trazida por Cristo. Os discípulos são aqueles que se deixam conquistar mais e mais pelo amor de Jesus e marcar pelo fogo da paixão pelo Reino de Deus, para serem portadores da alegria do Evangelho. Todos os discípulos do Senhor são chamados a alimentar a alegria da evangelização. Os bispos, como primeiros responsáveis do anúncio, têm o dever de incentivar a unidade da Igreja local à volta do compromisso missionário, tendo em conta que a alegria de comunicar Jesus Cristo se exprime tanto na preocupação de O anunciar nos lugares mais remotos como na saída constante para as periferias de seu próprio território, onde há mais gente pobre à espera."

03 julho 2014

Fidelidade e Santidade

Pe. Zezinho SCJ
O salmista gritou por socorro, ao ver a epidemia de infidelidade que assolava Israel. Nos salmos 12,36,52 os israelitas cantavam em protesto contra os sem palavra e os que iam embora de Deus, traindo a Ele e ao seu povo. Não se podia mais confiar na palavra de ninguém, porque a maioria quase absoluta buscava o próprio bem estar. Israel vivia sob a égide do “salve-se quem puder”, ou do “leve vantagem você também”. Era o tempo dos espertos que topavam qualquer coisa para se ficar rico e ocupar postos de honra.
Das leituras dos profetas percebe-se que só Deus é fiel; o ser humano precisa aprender a ser fiel e sofre sempre a tentação de faltar à palavra dada quando, pesados os prós e os contras, levará vantagem ao ir embora de um compromisso.
A fidelidade era vista como virtude de um santo. Deus é fiel. Quem consegue ser fiel está mais perto do projeto de Deus. Quem ia embora da dificuldade e escolhia seu conforto e sua vantagem pessoal era mau visto.
Isso não dá, hoje, a nenhum cristão o direito de sair por aí denunciando quem lhe pareceu infiel. Houve santos que foram embora de alguma situação para buscar mais dificuldade, porque o serviço a Deus e aos pobres o exigia. Tereza de Calcutá mudou de grupo religioso, não por mais conforto, mas por busca de compromisso ainda maior. Como Tereza, muitos outros santos foram embora para levar mais cruzes.
Mas houve e há os que partem para levar vantagem numa outra igreja ou num outro jeito de crer. Os salmistas e os profetas eram duros contra quem adaptava a Palavra de Deus aos seus interesses. Paulo, particularmente alerta contra um tipo de pregador e de fiel que busca a filosofia sofista: ir em busca de quem o diz de maneira agradável e dizer de maneira agradável para levar vantagem sobre a Palavra. ( 2 Tm 4,1-5) Adaptar a Palavra aos nossos objetivos era e permanece magna  tentação para todo fiel e todo pregador que se pretenda crente.
Uma coisa é interpretar a Palavra de Deus para os nossos dias e outra, bem outra, é adaptá-la aos nossos interesses. Ligue o rádio e a televisão e esmiúce os testemunhos de conversão de uma para outra igreja, analise as promessas e garantias de sucesso, oferecidas pelos pregadores e as certezas gritadas ao microfone. Depois leia sua Bíblia e pergunte a si mesmo o que é crer em Deus. Buscar o mais fácil, o mais garantido e perseguir o sucesso político, religioso e financeiro pode ser tudo, menos fidelidade.
Deus é capacitador, mas não está escrito em nenhum lugar da Bíblia que ele é facilitador. Onde se promete uma vida sem dor e sem cruz é sinal de que, ali, o marketing da fé superou de longe o caminhar da fé.

04 junho 2014

Novena em Honra ao Sagrado Coração de Jesus



A Paróquia Sagrado Coração e Jesus convida a comunidade para participar da NOVENA em honra ao Sagrado Coração de Jesus, que irá acontecer de 21/06 até 29/09 na Igreja do Porto, sempre as 19h, com exceção do dia 21/06, que ocorrerá as 18h pois ocorrerá a missa do Crisma com Dom Jacinto Bergmann. Confira abaixo a programação, agende-se e participe!


PROGRAMAÇÃO NOVENA – Tema: A Oração do Creio
    
Data
Hora
Tema
Celebrante
21/06
Sábado, 18h
Creio no Espírito Santo
Dom Jacinto Bergmann
22/06
Domingo, 19h
Creio em Deus Pai todo poderoso, criador do céu e da terra
Pe. Edson Santos (Canguçu)
23/06
Segunda, 19h
E em Jesus Cristo seu único filho, Nosso Senhor.
Pe. Gelson Ferreira e colegas.
24/06
Terça,19h
Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria
Pe. Cirineu Furlanetto e Diác. Luizinho
25/06
Quarta, 19
Padeceu sob Pôncio Pilatus, foi crucificado, morto e sepultado, desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia.
Pe. Fabiano X. de Almeida (S. Lourenço)
26/06
Quinta, 19h
Subiu aos céus, está sentado a direita de Deus Pai todo poderoso
Pe. Tarcísio Rech (Gravataí)
27/06 (dia do Sagrado Coração de Jesus)
Sexta, 9h30
Adoração e benção do Santíssimo

Sexta, 15h
Oração do Rosário

Sexta, 19h
Donde há de vir a julgar os vivos e mortos.
Pe. Rogério (Montenegro)
28/06
Sábado, 19h
Na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados.
Pe. Guilherme Panatieri
29/06
Domingo, 19h
Na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
Pe. Edison e Pe. Severino

19 maio 2014

Somos obrigados a pagar o dízimo?

Fonte: Blog Pe. Paulo Ricardo
Os católicos são obrigados a pagar o dízimo, no sentido estrito do termo? Ou seja, devem dar 10% de seus rendimentos à Igreja? Essa pergunta se faz necessária porque é cada vez mais frequente ouvir, dentro da Igreja, um eco da pregação protestante, segundo a qual a determinação do Antigo Testamento de pôr à parte "o dízimo de todo fruto de tuas semeaduras, de tudo o que teu campo produzir cada ano" [1], deveria ser seguida ao pé da letra.
Para responder adequadamente a esta questão, é importante distinguir três leis: a lei natural, a lei da Igreja e a lei da caridade.
Com relação à primeira, Santo Tomás de Aquino diz que existe um fundamento natural para que o povo sustente os seus ministros. Diz ele: "Que o povo deve sustentar o os ministros do culto é determinação da razão natural, como também recebem do povo salário para seu sustento aqueles que servem o bem comum: os governantes, os militares, e outros" [2]. E ainda: "O preceito da paga dos dízimos, quanto ao seu aspecto moral, foi dado pelo Senhor e está no Evangelho de Mateus: 'Digno é o operário do seu salário'" [3].
No entanto, na história da Igreja, esse direito já foi contestado. Os movimentos protestantes anteriores à Reforma, por exemplo, contestavam o dízimo como direito natural. Não à toa a Igreja exigia dos valdenses, a quem ela acolheu no século XIII, após muito tempo de divisão, que confessassem o seguinte: "Cremos que se deve doar aos clérigos sob as ordens do Senhor o dízimo, as primícias e as oblações" [4]. Na mesma linha, um dos erros de John Wycliffe condenados pelo Concílio de Constança dizia: "Os dízimos são também esmolas, portanto os paroquianos podem negá-los a seu juízo em razão dos pecados de seus prelados" [5]. Ou seja, os pecados dos bispos ou dos sacerdotes não cancelam o dever de justiça que os fiéis têm de sustentar as suas necessidades.
Mas, nesse campo, não existe apenas a lei natural, como também a lei da Igreja. Santo Tomás diz que oferecer a Deus a décima parte dos próprios rendimentos não está na natureza das coisas, mas é um preceito judicial, uma determinação que pode ser mudada de acordo com as circunstâncias [6]. No Antigo Testamento, a tribo de Levi precisava ser sustentada pelas demais tribos de Israel; era razoável, portanto, que elas tivessem que lhe pagar 10% de seus rendimentos. Mas, assim como as leis chamadas cerimoniais – como oferecer bodes e carneiros no templo de Jerusalém –, essas leis judiciais não são mais vinculantes.
Agora, o que devem ser seguidas são as determinações das Igrejas locais. O Catecismo, ao explicar os mandamentos da Igreja, diz: "O quinto preceito ('prover às necessidades da Igreja, segundo os legítimos usos e costumes e as determinações') aponta ainda aos fiéis a obrigação de prover às necessidades materiais da Igreja consoante as possibilidades de cada um" [7]. Trata-se de um resumo do que estipula o Código de Direito Canônico, ao estabelecer que "os fiéis têm a obrigação de prover às necessidades de Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade, e para a honesta sustentação dos seus ministros" [8].
O mesmo Código estabelece, noutro lugar: "Os fiéis concorram para as necessidades da Igreja mediante subvenções que lhe forem solicitadas e segundo normas estipuladas pela Conferência episcopal" [9]. Atendendo a isto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em legislação complementar aprovada pela Santa Sé, determinou:
"Cabe à Província Eclesiástica dar normas pelas quais se determine a obrigação de os fiéis socorrerem às necessidades da Igreja, conforme o cân. 222, § 1. Busquem-se, contudo, outros sistemas que – fomentando a participação responsável dos fiéis – tornem superada para a manutenção da Igreja a cobrança de taxas e espórtulas." [10]
Então, é preciso consultar as Províncias Eclesiásticas para descobrir as normas que regulam a obrigação de socorrer às necessidades da Igreja. O caminho preferencial escolhido no Brasil é fazer que as pessoas tomem consciência de sua responsabilidade, mais do que simplesmente dar taxas e espórtulas à Igreja.
No que diz respeito à obrigação dos 10%, Santo Tomás não parece ser muito favorável a uma imposição estrita, afinal, esse valor se figura um pouco excessivo para a sustentação do clero. Além do mais, escreve o Aquinate, "os ministros da Igreja devem dedicar-se mais em promover o bem espiritual do povo do que em receber os bens temporais" [11]. Já que estamos na lei da graça, é mais interessante que a doação dos fiéis brote de sua generosidade do que de uma lei escrita. Isso quer dizer que as pessoas podem dar menos ou até mais de um décimo de suas rendas, de acordo com as necessidades de sua Igreja local e a generosidade que lhes inspira.
Quanto à lei da caridade, é importante notar que a Antiga Lei não tinha estabelecido o dízimo apenas para o sustento dos ministros, mas também para socorrer os pobres e necessitados. Para isso, não existem limites. Santo Tomás, com grande inteligência e fidelidade ao Evangelho, diz:
"A terceira espécie de dízimos, destinada a alimentar os pobres, foi aumentada na Lei nova, porque não somente a décima parte seria dada aos pobres, mas também o que sobrava, em cumprimento do preceito evangélico: 'O que sobrar, dai como esmola'. Quanto aos dízimos entregues aos ministros da Igreja, eles mesmos os dispensarão aos pobres." [12]
Não se deve esperar leis para fazer o bem. Existem, de fato, a lei natural e a lei eclesiástica; mas a lei da caridade deve brotar disto que está no Evangelho: Jesus, rico que era, fez-se pobre para nos enriquecer a todos. Do mesmo modo, devemos seguir essa " imitatio Christi – imitação de Cristo" e socorrer os mais necessitados.

Referências

  1. Dt 14, 22. A razão de ser desse dízimo estava explicada no versículo 29 desse mesmo capítulo: serviria para o levita, para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva.
  2. Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1
  3. Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1, ad 2. Cf. Mt 10, 10
  4. DS 797
  5. DS 1168
  6. Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1
  7. Catecismo da Igreja Católica, 2043
  8. Código de Direito Canônico, cân. 222, § 1º
  9. Ibidem, cân. 1262
  10. Legislação Complementar ao Código de Direito Canônico emanada pela CNBB Decreto nº 2/1986
  11. Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1, ad 5
  12. Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1, ad 4. Cf. Lc 11, 41

07 maio 2014

Encontro para o Batismo


No batismo somos ungidos ou consagrados a Deus. Passamos a fazer parte do seu povo eleito, chamado a ser santo e a exercer a missão de Jesus Cristo. Somos o povo escolhido e consagrado para proclamar as maravilhas que o Senhor realizou. São Paulo diz que os cristãos são luz no Senhor. Devem proceder de modo digno da vocação que  receberam, pois são Templos de Deus e morada do Espírito Santo. ( 1 Cor 3, 16-17)

A Paróquia Sagrado Coração de Jesus promove Encontros de Batismo e Celebrações para que sejamos todos consagrados. Informe-se na secretaria.

05 maio 2014

Seguir Jesus por amor, não por vantagens, pede Papa

Santo Padre enfatizou que há cristãos que seguem Jesus por vaidade, sede de poder e de dinheiro, atitudes que são repreendidas por Cristo
Na Missa desta segunda-feira, 5, na Casa Santa Marta, Papa Francisco rezou para que Deus dê ao homem a graça de segui-Lo somente por amor. O Santo Padre destacou que, na Igreja, há pessoas que seguem Jesus por vaidade, sede de poder ou dinheiro.
No Evangelho do dia, vê-se a passagem em que Jesus repreende o povo que o procurava somente por ter sido saciado após a multiplicação dos pães e dos peixes. A partir disso, Francisco convidou os fiéis a pensarem se seguem Deus por amor ou por qualquer vantagem. “Porque somos todos pecadores e sempre há algum interesse que deve ser purificado no seguir Jesus, e devemos trabalhar interiormente para segui-Lo por Ele, por amor”.
O Santo Padre falou de três comportamentos que não são bons no caminho para seguir Jesus, atitudes que o próprio Cristo repreendeu. O primeiro deles é a vaidade. Como exemplo, o Papa citou as pessoas que dão esmola para aparecer.
“Algumas vezes, fazemos coisas procurando aparecer um pouco, procurando a vaidade. A vaidade é perigosa, porque nos faz escorregar no orgulho, na soberba e, depois, tudo termina ali. Faço uma pergunta: eu, como sigo Jesus? As coisas boas que eu faço, faço-as escondido ou gosto de me aparecer? Penso também em nós, pastores, porque um pastor que é vaidoso não faz bem ao povo de Deus, pode ser padre ou bispo, mas não segue Jesus se gosta da vaidade”.
Um segundo aspecto que Jesus reprova naqueles que O seguem é o poder. Francisco elencou como um caso claro o de João e Tiago, filhos de Zebedeu, que pediam a Jesus a graça de serem primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro quando chegasse o Reino.
“Na Igreja, há os escaladores! Há tantos que batem à porta da Igreja para… Mas se você gosta, vá ao Norte e faça alpinismo: é mais saudável! Mas não venha à Igreja para escalar! Jesus repreende esses escaladores que procuram o poder”.
Os discípulos mudaram de atitude somente após a vinda do Espírito Santo, mas o Papa lembrou que o pecado permanece na vida cristã de forma que é bom cada um refletir sobre o modo como segue Jesus. “Por Ele, somente, até o fim, na cruz, ou procuro poder e uso um pouco a Igreja, a comunidade cristã, a paróquia, a diocese para ter um pouco de poder?”.
O terceiro e último aspecto destacado por Francisco é a sede de dinheiro. Trata-se de pessoas que procuram tirar algum lucro em cima da paróquia, da diocese, de um hospital ou de um colégio. É uma tentação que existe desde as primeiras comunidades cristãs, lembrou o Santo Padre.
“Peçamos ao Senhor que nos dê o Espírito Santo para seguirmos atrás d’Ele com retidão de intenção: somente Ele. Sem vaidade, sem vontade de poder e sem sede de dinheiro”.

26 abril 2014

A Palavra de Deus ressuscita a nossa vida!


QUANDO TOMAMOS POSSE DA PALAVRA DE DEUS, ELA DÁ VIDA À NOSSA VIDA E NOS TIRA DA TRISTEZA, DO DESÂNIMO, DO DESAPONTAMENTO; A PALAVRA DE DEUS RESSUSCITA A NOSSA VIDA!

”POR FIM, JESUS APARECEU AOS ONZE DISCÍPULOS ENQUANTO ESTAVAM COMENDO, REPREENDEU-OS POR CAUSA DA FALTA DE FÉ E PELA DUREZA DE CORAÇÃO, PORQUE NÃO TINHAM ACREDITADO NAQUELES QUE O TINHAM VISTO RESSUSCITADO” (MARCOS 16, 14)

Hoje Jesus, que se manifesta vivo e ressuscitado na vida de cada um de nós, vem também repreender a nossa incredulidade e a nossa falta de fé. Primeiro foi Maria Madalena que testemunhou e anunciou aos que estavam tristes e desanimados, porque Jesus havia morrido, afirmando: ”Eu O vi e Ele está vivo! Ele está ressuscitado!”. Mas não deram crédito a ela. Jesus, depois apareceu a mais dois discípulos, e estes também testemunharam que o Senhor estava vivo e ressuscitado, mas também não deram crédito a eles.

Então, quando Jesus aparece no meio dos Seus, Ele repreende a dureza, a falta de fé e de credibilidade naquilo que Ele havia dito e anunciado. Porque as Escrituras davam testemunho d’Ele, mas além disso, eles comeram e beberam com o Senhor e viram os milagres d’Ele, testemunharam a ação de Deus no meio deles. E Jesus, muitas vezes, lhes dizia que haveria de sofrer, padecer, ser crucificado e morto pela mão dos homens, mas no terceiro dia haveria de ressuscitar.

Mas eles perderam a memória, eles não levaram a sério aquilo que Jesus já havia anunciado ao coração deles, e é por isso que estavam tristes e desanimados, porque não deram crédito ou não tomaram posse da Palavra de Deus na vida deles.

É isso que Deus está falando ao nosso coração no dia de hoje: nós, muitas vezes, estamos tristes, desanimados, perdemos o foco e o rumo da vida, porque não damos crédito à Palavra de Deus. Nós não damos crédito àquilo que Deus tem prometido a nós, à nossa vida, por isso, o desalento toma conta de nós; o desânimo toma conta da nossa vida e nós, muitas vezes, deixamos de experimentar as graças de Deus porque a incredulidade toma conta de nós.

Jesus está, na passagem de hoje, repreendendo essa nossa falta de fé, essa nossa falta de entusiasmo com a Sua Palavra, sobretudo a essa nossa falta de crédito a ela. Nós ouvimos, escutamos, lemos, mas não tomamos posse da Palavra de Deus em nossa vida; é a razão de estarmos, muitas vezes, tristes e desnorteados!

Quando tomamos posse da Palavra de Deus, ela dá vida à nossa vida, ela nos tira da tristeza, do desânimo e do desapontamento. A Palavra de Deus ressuscita a nossa vida! Nós passamos por desânimos, por situações difíceis, mas quando acreditamos naquilo que Deus promete a nós, não perdemos a esperança.

Que Deus, hoje, ressuscite a nossa fé, que Ele levante o nosso ânimo e ressuscite a nossa esperança!

Uma feliz Páscoa para você!

23 abril 2014

Catequese - Vaticano

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 23 de abril de 2014
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Esta semana é a semana da alegria: celebramos a Ressurreição de Jesus. É uma alegria verdadeira, profunda, baseada na certeza de que Cristo ressuscitado não morre mais, mas está vivo e ativo na Igreja e no mundo. Tal certeza mora nos corações dos crentes daquela manhã de Páscoa, quando as mulheres foram ao sepulcro de Jesus e os anjos disseram a elas: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo?”. Estas palavras são como uma pedra milenar na história; mas também uma “pedra de tropeço”, se não nos abrimos à Boa Notícia, se pensam que dê menos cansaço um Jesus morto que um Jesus vivo! Em vez disso, quantas vezes, no nosso caminho cotidiano, temos necessidade de ouvirmos dizer: “Por que estais procurando entre os mortos Aquele que está vivo?”. Quantas vezes nós procuramos a vida entre as coisas mortas, entre as coisas que não podem dar vida, entre as coisas que hoje são e amanhã não serão mais, as coisas que passam… “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”.
Temos necessidade disso quando nos fechamos em qualquer forma de egoísmo ou de auto-piedade; quando nos deixamos seduzir pelos poderes terrenos e pelas coisas deste mundo, esquecendo Deus e o próximo; quando colocamos as nossas esperanças em vaidades mundanas, no dinheiro, no sucesso. Então a Palavra de Deus nos diz: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”. Por que estás procurando ali? Aquela coisa não pode te dar vida! Sim, talvez te dará uma alegria de um minuto, de um dia, de uma semana, de um mês… e depois? “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”. Esta frase deve entrar no coração e devemos repeti-la. Vamos repeti-la juntos três vezes? Façamos um esforço? Todos: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” [repete com a multidão] Hoje, quando voltarmos para casa, digamos essa frase do coração, em silêncio, e nos façamos esta pergunta: por que eu, na vida, procuro entre os mortos Aquele que está vivo? Fará bem a nós.
Não é fácil ser aberto a Jesus. Não se deduz aceitar a vida do Ressuscitado e a sua presença em meio a nós. O Evangelho nos faz ver diversas reações: aquela do apóstolo Tomé, aquela de Maria Madalena e aquela dos dois discípulos de Emaús: faz bem a nós confrontarmo-nos com eles. Tomé coloca uma condição à fé, pede para tocar a evidência, as chagas; Maria Madalena chora, O vê, mas não O reconhece, dá-se conta de que é Jesus somente quando Ele a chama pelo nome; os discípulos de Emaús, deprimidos e com sentimentos de derrota, chegam ao encontro com Jesus deixando-se acompanhar por aquele misterioso andarilho. Cada um por caminhos diversos! Buscavam entre os mortos Aquele que está vivo e foi o mesmo Senhor a corrigir a rota. E eu o que faço? Qual a rota sigo para encontrar o Cristo vivo? Ele estará sempre próximo a nós para corrigir a rota se nós tivermos errado.
“Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” (Lc 24, 5). Esta pergunta nos faz superar a tentação de olhar para trás, para aquilo que foi ontem, e nos impele a seguir adiante rumo ao futuro. Jesus não está no sepulcro, é o Ressuscitado! Ele é o Vivo, Aquele que sempre renova o seu corpo que é a Igreja e o faz caminhar atraindo-o para Ele. “Ontem” é o túmulo de Jesus e o túmulo da Igreja, o sepulcro da verdade e da justiça; “hoje” é a ressurreição perene rumo à qual nos impele o Espírito Santo, doando-nos a plena liberdade.
Hoje é dirigida também a nós esta interrogação. Você, por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo, você que se fecha em si mesmo depois de um fracasso e você que não tem mais a força de rezar? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que se sente sozinho, abandonado pelos amigos e talvez também por Deus? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que perdeu a esperança e você que se sente aprisionado pelos seus pecados? Por que procuras entre os mortos Aquele que está vivo você que aspira à beleza, à perfeição espiritual, à justiça, à paz?
Precisamos ouvir repetir e recordarmos sempre a advertência do anjo! Esta advertência, “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo”, ajuda-nos a sair dos nossos espaços de tristeza e nos abre aos horizontes da alegria e da esperança. Aquela esperança que remove as pedras dos sepulcros e encoraja a anunciar a Boa Nova, capaz de gerar vida nova para os outros. Repitamos esta frase do anjo para tê-la no coração e na memória e depois cada um responda em silêncio: “Por que procurais entre os mortos Aquele que está vivo?” Repitamos a frase! [repete com a multidão] Vejam, irmãos e irmãs, Ele está vivo, está conosco! Não caminhemos para tantos sepulcros que hoje te prometem alguma coisa, beleza, e depois não te dão nada! Ele está vivo! Não procuremos entre os mortos Aquele que está vivo! Obrigado.

22 abril 2014

O Calvário, ponto de encontro dos que amam


Não é possível que deixemos de sofrer simplesmente porque não podemos ser dispensados de amar.
Quando Jesus advertiu que, para segui-Lo, era preciso renunciar-se a si mesmo e tomar a sua cruz [1], talvez os discípulos não pensassem que Ele verdadeiramente tomaria uma “cruz”, no sentido literal. De fato, após subir a Jerusalém, o Cristo “foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado”, como rezamos no Credo Niceno-Constantinopolitano. O próprio Deus foi estendido sobre um madeiro: “tomou a sua cruz”. E pediu que o imitássemos.
É verdade, nem todos os cristãos são chamados a imitar Jesus derramando o seu sangue por Ele. Mas todos, sem exceção, devem carregar a sua cruz, dia após dia, a fim de dizer, com São Paulo: “Estou pregado à cruz de Cristo” [2]. Era com esta atitude espiritual que São Josemaría Escrivá recomendava que os cristãos olhassem para os crucifixos despojados de Cristo: “Quando vires uma pobre Cruz de pau, só, desprezível e sem valor... e sem Crucificado, não esqueças que essa Cruz é a tua Cruz: a de cada dia, a escondida, sem brilho e sem consolação..., que está à espera do Crucificado que lhe falta. E esse Crucificado tens de ser tu” [3].
No entanto, muitas pessoas parecem agir com temor da cruz, quando não com desprezo e desdém. Dizem, orgulhosamente, que o madeiro ao qual Jesus foi pregado não deve ser ostentado por ninguém e, contrapondo-lhe o milagre da ressurreição, rejeitam a exaltação da Santa Cruz como culto da dor e do masoquismo.
Ora, é verdade que a crucificação era uma das penas mais infames que se aplicava aos homens nos tempos do Império Romano. Porém, “na Paixão [de Cristo], a Cruz deixou de ser símbolo de castigo para se converter em sinal de vitória” [4]. Por sua obediência ao Pai, Jesus transformou aquilo que era maldição em salvação para todos os homens. “Sua sanctissima passione in ligno crucis nobis justificationem meruit – Pela sua santíssima paixão no madeiro da cruz, Ele mereceu-nos a justificação” [5], ensina o Concílio de Trento. E, do mesmo modo, o Vaticano II: “[Ele] mereceu-nos a vida com a livre efusão do seu sangue; n’Ele nos reconciliou Deus consigo e uns com os outros e nos arrancou da escravidão do demônio e do pecado” [6].
Por esse motivo, a Igreja saúda a cruz como “única esperança”. No dizer de Santa Rosa de Lima, “fora da cruz, não há outra escada por onde se suba ao céu”.
Mais do que apontar o erro evidente desses “que se portam como inimigos da cruz de Cristo” [7], cabe perguntar qual atitude espiritual está por trás disso: o que faz as pessoas agirem com tanta indiferença, quando não com ódio, em relação à Cruz?
Essas pessoas, que até vão à igreja e começam uma vida de oração, ou não compreenderam o significado da redenção – e isto uma boa catequese e um ato de fé podem consertar – ou estão afetadas por uma “teologia da prosperidade”, que, prometendo paraíso neste mundo, as aliena e faz que coloquem o coração nas coisas materiais e passageiras, ao invés das espirituais e eternas. Diante dos sofrimentos que Deus permite por que passem, fogem invariavelmente, até mesmo na oração, esquecendo-se de fazer a súplica do Pai-Nosso: “fiat voluntas Tua – seja feita a Vossa vontade”.
Não devemos pedir a Deus que nos livre das cruzes, mas que nos ajude a suportá-las. Neste mundo, não é possível que sejamos privados de sofrer simplesmente porque não podemos ser dispensados de amar. A vontade de Deus é que sejamos santos, que O amemos, mas, para que isso aconteça, precisamos primeiro crucificar-nos para o mundo [8], purificar o nosso amor: “Cada dia um pouco mais – tal como ao esculpir na pedra ou na madeira –, é preciso ir limando asperezas, tirando defeitos da nossa vida pessoal, com espírito de penitência, com pequenas mortificações (...). Depois, Jesus vai completando o que falta” [9].
A verdade da Cruz é esta: o mesmo caminho que Deus fez para unir o Céu à Terra [10] é o que nós devemos percorrer para nos assemelharmos a Ele. Dois mil anos depois, o Calvário continua sendo o ponto de encontro dos que amam: de Jesus e de Seus santos.
Por Equipe Christo Nihil Praeponere

Referências

  1. Mc 8, 34
  2. Gl 2, 19
  3. Caminho, 178
  4. São Josemaría Escrivá, Via Sacra, IIª estação, 5
  5. Sessão 6ª, Decretum de iustificatione, c. 7: DS 1529
  6. Constituição pastoral Gaudium et spes, 7 de dezembro de 1965, n. 22
  7. Fp 3, 18
  8. Cf. Gl 6, 14
  9. São Josemaría Escrivá, Forja, 403
  10. Cf. Ef 1, 10